Em 2011, ocorreu a primeira edição do Simpósio Brasileiro de Patrimônio Geológico (SBPG) na cidade do Rio de Janeiro. Com o objetivo de comemorar os 10 anos de estreia deste evento especial, que debate temas associados à importância da conservação da geodiversidade e do patrimônio natural e construído, a Associação Brasileira de Defesa do Patrimônio Geológico e Mineiro (AGeoBR) promoveu, no dia 14 de setembro, um evento ao vivo, transmitido pelo Canal do YouTube da organização, com a participação de pesquisadores nacionais e internacionais. 

Com abertura efetuada pela geóloga e coordenadora do GeoHereditas, Maria da Glória Motta Garcia, o evento foi dividido em dois blocos. A primeira parte da programação, no período da manhã, contou com a apresentação de uma retrospectiva cronológica de todas as edições do simpósio dentro de um “Painel de Debate”, organizado pelos respectivos coordenadores de cada uma: 1 – Kátia Leite Mansur, 2011 (UFRJ/Projeto Geoparque Costões e Lagunas, Rio de Janeiro); 2 –  Paulo de Tarso Amorim Castro, 2013 (UFOP, Ouro Preto, Minas Gerais); 3 – Marjorie Cseko Nolasco, 2015 (UEFS, Lençóis, Bahia); 4 – Gilson Burigo Guimarães, 2017 (UEPG, Ponta Grossa, Paraná); 4 – Patrício Melo, 2019 (Geopark Araripe, Crato, Ceará).

A geóloga, coordenadora do Projeto Caminhos de Darwin e integrante do grupo responsável pela elaboração da proposta de Geoparque Costões e Lagunas do Rio de Janeiro, Kátia Leite Mansur, também apresentou o passeio virtual no Museu da Geodiversidade, localizado na Cidade Universitária da Universidade Federal do Rio de Janeiro. 

No final das apresentações, os pesquisadores ressaltaram os avanços atingidos, a importância da união de colaboradores e fomento de discussões sobre aspectos da geoconservação em todas as regiões do Brasil, destacando o desafio de expandir iniciativas, a partir do fortalecimento da participação e do engajamento social em sua totalidade, considerando a temática dos 5Gs: geodiversidade, geoconservação, geoturismo, patrimônio geológico e os geoparques, que integra o Programa Internacional de Geociências e Geoparques da UNESCO.

“A gente cresceu, mas temos muito a crescer ainda. Ampliar diálogos com as comunidades, trabalhar a questão da geodiversidade, geoeducação, buscar a criação do Comitê Brasileiro de Geoparques também é de grande importância”, pontuou Marjorie Cseko Nolasco.

Na parte da tarde, o professor Lars Erikstad e presidente da ProGeo (Associação Internacional para a Conservação do Patrimônio Geológico) apresentou uma palestra sobre a importância e propósitos da instituição, destacando a trajetória de iniciativas internacionais em geoconservação, desde a década de 70, parcerias estratégicas (com destaque a IUGS e IUCN), relatórios e livros especiais produzidos, como um acerca da geodiversidade na Europa e programas de conservação. 

“A geoconservação não se trata apenas de proteger os melhores dos melhores, mas também é uma forma, em outras escalas, de proteger a rica geodiversidade desse planeta”, destacou.