GeoHereditas apresenta Mapa do Inventário do Patrimônio Geológico de SP em Seminário da CPRM

Por Karolina von Sydow

O desconhecimento de feições associadas ao carste, como cavernas, rochas carbonáticas etc, e à espeleologia em geral, além da falta de reconhecimento social sobre a importância de políticas públicas voltadas à conservação do patrimônio geológico cárstico para a manutenção da geodiversidade subterrânea propicia sérios impactos ambientais, colocando em risco a integridade destes locais.

Com o objetivo de compartilhar pesquisas e estudos de elementos e geossítios representativos no segmento, além de esclarecer conceitos, legislação específica e debater medidas para uso e controle do patrimônio geológico cárstico nacional, entre outros temas, o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), por meio do projeto Inventário do Patrimônio Geológico do Brasil, organizou o Seminário Patrimônio Geológico Cárstico e Espeleológico, no formato digital, com transmissão exclusiva do site oficial do evento,  entre os dias 16 e 20 de agosto.

O seminário foi dividido em cinco blocos e a coordenadora do GeoHereditas, Maria da Glória Motta Garcia, apresentou, no primeiro dia (16/08), a pesquisa de inventário do Patrimônio Geológico do Estado de São Paulo, que resultou na confecção de um mapa interativo com 142 geossítios catalogados, divididos em 11 categorias geológicas.

“Foi um projeto acadêmico, que durou três anos – 2013 a 2015 – realizado dentro de uma linha de pesquisa especial, associado ao Programa Ciência sem Fronteira, e com parceria da Universidade do Minho, de Portugal, representado pelo geólogo José Brilha”, conta ela.

Segundo a pesquisadora, o projeto, que contou com duas fases de trabalho, é um instrumento essencial para gestão do uso do patrimônio geológico do estado e pode ser futura estratégia em geoconservação de sítios com valor científico. 

A pesquisa também conseguiu obter dados, coletados no ano 2019, acerca da avaliação geral dos geossítios do estado. Segundo o estudo, 64% dos geossítios inventariados não possuem proteção legal efetiva.

Durante o seminário, também foi debatida a proposta de construção de uma Lista Indicativa do Patrimônio Geológico do Brasil, englobando geossítios ou locais de interesse geológico de composição cárstica e espeleológica.

A iniciativa também contou com a parceria da Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE), do Centro de Pesquisa e Conservação de Cavernas (ICMBio/CECAV), da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas) e da Universidade Federal de Minas Gerais (IGC/UFMG).

Confira o evento na íntegra, acessando o canal do YouTube da Sociedade Brasileira de Espeleologia. 

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