Dissertação avalia gestão de geossítios do patrimônio geológico de SP

Por Karolina von Sydow

Na foto, Karina Higa aparece ao lado da orientadora Maria da Glória, demais professores-doutores do IGc, membros do NAP e família.

Na última terça-feira, 17 de dezembro, a pesquisadora Karina Kawai Higa defendeu a dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Mineralogia e Petrologia, do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (IGc-USP), intitulada: “Geoconservação no estado de São Paulo: panorama geral e diagnóstico de uso e proteção dos geossítios do inventário do patrimônio geológico”.

O projeto de pesquisa recebeu a orientação da Professora Doutora Maria da Glória Motta Garcia, que também é coordenadora do NAP GeoHereditas.

O objetivo do trabalho foi desenvolver uma avaliação do panorama de geoconservação no estado de São Paulo e também no Brasil, além do diagnóstico de uso e proteção dos geossítios que integram o patrimônio geológico do estado de São Paulo, visando futuras atividades de manejo sustentável desses locais. 

Início e metodologia aplicada

Entre 2013 e 2016, ocorreu a primeira fase do inventário do patrimônio geológico do estado que resultou na seleção de 142 geossítios representativos de 11 categorias temáticas referentes ao processo de evolução geológica do estado de São Paulo. São elas:

  • Terrenos Pré-Cambrianos; 
  • Rochas Graníticas; 
  • Mineralizações Metálicas Pré-Cambrianas; 
  • Bacia do Paraná; 
  • Magmatismo Mesozóico; 
  • Bacia Bauru; 
  • Rifte Continental do Sudeste; 
  • Evolução Continental e Costeira Neógena e Quaternária;
  • Unidades Geomorfológicas e Formas de Relevo; 
  • Sistemas Cársticos e Cavernas. 

Em 2017, começou a segunda fase do projeto. “Para atingir o objetivo do projeto, foram realizadas pesquisas bibliográficas, atualização do inventário, avaliações quantitativas dos geossítios com a participação da comunidade geocientífica, e entrevistas com especialistas da área da geoconservação e gestores de parques geológicos”, explica Karina.

Resultados e perspectiva de ações em geoconservação

Após levantamento de dados e análises quantitativas, os geossítios foram divididos em grupos, tendo em vista as suas potencialidades de uso. Além disso, também foi elaborada lista seriada de prioridade de conservação dos geossítios.  “Foi necessário elaborar uma fórmula para fazer o cálculo da prioridade de conservação para nortear quais geossítios são mais prioritários nas futuras atividades de manejo”, revela a pesquisadora.

“Na realização desta etapa, foram levantadas as medidas legais que podem ser aplicadas diretamente ou indiretamente na conservação do patrimônio geológico, além da investigação de quais regimes de proteção que os geossítios estão sujeitos”, complementa a recém-mestre do IGc. 

Para finalizar o projeto, a partir dos resultados das potencialidades de uso e diagnóstico de proteção dos geossítios, somados ao levantamento do panorama de geoconservação e gestão no estado de São Paulo, foi possível sugerir propostas de gestão para os geossítios. 

Na ocasião da defesa, além da professora Maria da Glória, estiveram presentes na banca; os professores doutores titulares: Luiz Alberto Fernandes (UFPR) e Paulo César Boggiani (GSA/IGc/USP).

Confira também artigo publicado sobre o tema: https://bit.ly/2Sotbjl