GeoHereditas apresenta geodiversidade do Cemitério da Consolação

Por Karolina von Sydow

Participantes do Geotour no Cemitério da Consolação.

Você já imaginou fazer um geotour cemiterial e descobrir ricos registros geológicos nos principais jazigos e túmulos existentes, onde descansam em paz personagens renomados da história paulistana, como o arquiteto Ramos de Azevedo, responsável pela construção da cidade? 

No último sábado, dia 14 de dezembro, o GeoHereditas realizou atividade de geoturismo cemiterial no Cemitério da Consolação, fundado em 1858 e conhecido como um museu a céu aberto, abrangendo esculturas de importantes artistas nacionais e internacionais, como as criadas pelo italiano Victor Brecheret. 

A proposta do NAP foi apresentar a história das obras mortuárias presentes, destacando os principais tipos de rochas ornamentais, que compõem as estruturas, além de compartilhar informações sobre arte tumular singular e personalidades sepultadas no local, que marcaram a história de construção urbana e evolução da cidade de São Paulo.

Público aprendeu conceitos sobre diversos materiais pétreos presentes nos monumentos do Cemitério da Consolação.

Pesquisa do patrimônio construído e geotour urbano cemiterial

O estudo e a caracterização dos litotipos existentes nos principais cemitérios municipais vêm sendo realizados pela Professora Doutora Eliane Aparecida Del Lama há mais de cinco anos. Este processo de investigação também já resultou na produção de dois roteiros geoturísticos de visitação, entre outros materiais, fortalecendo a prática de atividades de geoturismo cemiterial paulistano conectadas com conhecimentos histórico-culturais.

“Todo este trabalho, além de proporcionar diferentes benefícios sociais e culturais, atua em prol da desmistificação de superstições errôneas e pré julgamentos acerca do turismo cemiterial, que ainda é mais comum na Europa. A iniciativa auxilia na aproximação da sociedade com o amplo universo de conhecimentos oferecidos pela geologia, ressaltando especificidades e curiosidades”, destaca Eliane.

“Não podemos esquecer também que este tipo de ação é essencial para fomentar a popularização das geociências, para além dos centros acadêmicos e, consequentemente, fortalecer práticas de educação e geoconservação voltadas a patrimônios históricos e geológicos da cidade”, conclui ela. 

Público observando a arte tumular do Cemitério da Consolação.
Professora Eliane explicando os tipos de rochas utilizados em túmulos do Cemitério.
Gravação de entrevista com a Professora Eliane sobre a prática e importância do geotour no Cemitério da Consolação.