Inventário e avaliação do patrimônio geológico: histórico, métodos e aplicações

Por Karolina von Sydow

Toda rocha guarda uma memória geológica, por isso é possível compreender a história da Terra a partir de registros de eventos que ocorreram há bilhões de anos. Neste processo, a partir de estudos dirigidos, alguns locais, que guardam um legado de geodiversidade com aspectos únicos, podem ser considerados patrimônio geológico. Entretanto, quais seriam as técnicas utilizadas para a definição de áreas com potenciais de geopatrimônio?

Para elucidar estas questões, no último dia 10 de junho, a Profa. Dra. Maria da Glória Motta Garcia apresentou uma palestra intitulada “Inventário e avaliação do patrimônio geológico: histórico, métodos e aplicações” no Café Geológico, explicando, de forma geral, como o trabalho pode ser realizado na prática e os seus objetivos pretendidos.

 “Como fazemos o reconhecimento de locais com geodiversidade excepcional? Todas estas questões emergem quando trabalhamos com o inventário do patrimônio geológico. A partir da realização de um inventário bem estruturado, é possível buscar conservar afloramentos relevantes e traçar subsídios para estratégias de geoconservação, desenvolvimento de projetos de geoturismo, como base para a criação de geoparques”, destacou.

Os métodos de análise e levantamento de dados do inventário também consideram a elaboração de categorias geológicas específicas para determinar locais de interesse e produzir avaliações quantitativas, considerando informações, como: períodos geológicos, tipos de usos das áreas escolhidas– científico, educativo, turístico etc – riscos de degradação e vulnerabilidade e medidas de proteção legal, entre outras.

“Em São Paulo, as histórias locais são, geralmente, contadas a partir do período Pré-Cambriano”, afirma ela, que está relacionado ao momento de “explosão” da vida na Terra com o surgimento de diversos seres multicelulares. Todo esse trabalho de inventário e avaliação do patrimônio geológico auxilia também no incentivo à promoção de políticas públicas, a partir do conhecimento de dados captados.

“É necessário o conhecimento geológico, a partir do uso do método de inventário para o levantamento de geossítios, contato com os pesquisadores, para a divulgação destes locais de interesse e para que as pessoas se sintam parte destes lugares também”, concluiu a pesquisadora.

O evento é uma realização do Café Geológico, um ciclo de palestras sobre diversos temas de geociências, promovido pelo Instituto de Geociências. Esta palestra pode ser conferida na íntegra no seguinte link: https://www.youtube.com/watch?v=Agp1Ka8jyD8.

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