Desde 2008, a geóloga e professora da Universidade do Estado de São Paulo (USP), Eliane Aparecida Del Lama, especialista no estudo de conservação de rochas como patrimônio geológico, histórico e cultural, vem realizando trabalhos de pesquisa de ações para valorização e proteção da geodiversidade presente no centro velho da cidade de São Paulo. Neste processo, foi escolhida a prática de geoturismo urbano como uma metodologia eficiente para incentivar o reconhecimento dos elementos geológicos locais, que compõem o patrimônio urbano construído.
Dentro deste processo, foi construído um roteiro geoturístico como um material essencial para a conquista deste objetivo. “A ideia foi confeccionar um mapa multidisciplinar, de âmbito geológico, histórico e cultural, do centro histórico de São Paulo, destacando sua história, formação e descrevendo a geodiversidade presente. Além disso, o material visa atrair o interesse da sociedade por conceitos e processos geológicos, ou seja, assuntos de geociências em geral. A iniciativa também incentiva práticas de geoconservação e educação patrimonial ”, define a professora.
O mapa geoturístico já foi atualizado algumas vezes. Atualmente, o material abrange mais de 20 pontos principais do centro histórico de São Paulo, destacando a rocha-base de construção de cada um destes locais.
“Apesar da maioria das rochas utilizadas nas edificações e monumentos terem sido importadas, principalmente da Itália e de Portugal, muita gente não sabe que as pedras transformaram São Paulo em uma cidade moderna, a partir da segunda metade do século XIX, e os materiais das construções passaram a ser nacionais”, conta Eliane. “Por muitos anos, o Granito Itaquera foi uma das rochas mais utilizadas em pisos e fachadas do centro antigo. Depois foram utilizadas outras rochas, como os granitos Mauá, Itupeva e Piracaia”, explica Eliane.
Acesse o passeio geológico virtual no centro histórico de São Paulo, aqui.
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Produção acadêmica
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