Sem categoria
Atividade: porosidade e permeabilidade de solos
Assunto
Pedologia, Erosão
Idade recomendada
Qualquer idade
Dificuldade
Moderado
Custo
Gratuito

- Compreender como ocorre a permeabilidade dos solos.
- 1 garrafa pet
- 1 garrafa pet
- 1 elástico ou liga
- 1 pedaço de tecido 15 cm x 15 cm
- 500 ml de água
- Variados tipos de solo
⬢ a. Corte o fundo da garrafa pet e prenda com o elástico um pedaço de tecido na boca da garrafa.

⬢ b. Com o auxílio de um copo de 50 ou 100 ml, afira a medida da água a ser colocada no copo da garrafa, marcando sempre os valores.

⬢ c. Adicione um pouco do material que o seu grupo recebeu e marque a altura da coluna do material na garrafa.

⬢ d. Despeje uma quantidade fixa de água na garrafa e marque quanto tempo a água demora para atravessar a coluna do material e observe.

⬢ e. Repita o experimento com o mesmo material seco, compactando-o antes de despejar a água e observe.
O que aconteceu com o tempo de infiltração da água através das diferentes colunas? Por quê?
R.: Latossolo vermelho (descompactado): Este solo é argiloso e seus grãos ficam aglomerados em torrões. Esta aglomeração aumenta a permeabilidade do solo argiloso, originalmente pouco permeável, interconectando seus poros. Por esta razão a água passa mais rápido por este solo e chega mais limpa ao outro lado, isto é, carregou bem menos partículas do solo.
Latossolo vermelho (compactado): Após ser compactado o solo perdeu sua organização em torrões e tornou-se menos permeável que o arenoso. Por esta razão a água leva mais tempo para percolar a amostra de solo e chegar ao recipiente.
Solo arenoso: após compactação a água levou mais tempo para infiltrar em relação ao solo não compactado, mas a diferença não foi tão grande porque os grãos de areia são na sua maioria de quartzo, sendo, pois de baixa compressibilidade, o que faz com que os poros não diminuam sensivelmente seus tamanhos bem como sua permeabilidade.
Quais efeitos esses diferentes tipos de “solo” produzem no escoamento e na infiltração da água das chuvas na natureza?
R.: No Latossolo Vermelho a compactação diminui a permeabilidade, pois quebra a organização dos torrões em que os grãos se aglomeram e por consequência diminui interconexão entre os poros, facilitando principalmente o escoamento superficial. No caso do solo arenoso, a 47 compactação diminui relativamente a permeabilidade, mas a variação de infiltração é pequena, mantendo a infiltração e afetando pouco o escoamento superficial.
Instituto de Geociências da USP
Rua do Lago, 562
Cidade Universitária São Paulo, Brasil
- +55 (11) 26480018
- geohereditas@gmail.com
Atividade: precipitação de minerais
Assunto
Mineralogia
Idade recomendada
Qualquer idade
Dificuldade
Moderado
Custo
Gratuito

- Simular a síntese de minerais.
- 250 ml de água
- 2 copos de vidro (100 ml)
- 1 fonte de aquecimento (ebulidor mergulhão 220V)
- 1 palito de picolé
- 1 pinça de metal ou plástico
- 1 papel filtro (coar café)
- 1 m de linha de costura
- 1 colher chá
- 1 funil 50 g de cloreto de sódio (sal de cozinha).
⬢ 1. Prepare uma solução saturada utilizando o cloreto de sódio. Para isso é importante conhecer o coeficiente de solubilidade do Cloreto de Sódio, ou seja, a quantidade suficiente de soluto (NaCl) para saturar 100g (100ml) do solvente (H20) a uma determinada temperatura, que é a seguinte para água quente e fria:

⬢ 2. Utilize um copo de vidro medindo 100 ml, como medida para a água. Adicione 55g de NaCl em 100 ml de água.

⬢ 3. Misture bastante a solução até verificar que o sal não está mais dissolvendo. Feito isso filtre com o auxílio do funil a solução, utilizando o outro copo. Garanta que nenhum cristal fique no fundo do copo onde está a solução filtrada. Coloque a solução em um local onde não será perturbada por alguns dias, dependendo se o clima estiver úmido, até por semanas. Descarte o funil.

⬢ 4. Após o tempo de descanso observe que houve a formação de diversos cristais de NaCl no fundo e talvez nas bordas do copo e ainda há solução no copo. Entorne a solução no outro copo e reserve-o.

⬢ 5. Com a pinça retire um cristal que esteja muito bem formado, com todas as suas faces, arestas e vértices perfeitos (um cubo perfeito). Com uma das pontas da linha dê um nó em volta do cristal escolhido e a outra extremidade da linha é amarrada também com um nó na posição central, bem no meio do palito de picolé, assim ao segurar o palito de picolé o cristal fica dependurado.

⬢ 6. Agora descanse o palito de picolé nas bordas do copo com a solução, de forma que o cristal fique suspenso no líquido sem tocar as bordas e o
fundo do copo (mais ou menos a meia altura da solução). Deixe descansar por mais alguns dias e observe o que acontece.

⬢ 7. Se puder, deixe o copo descansando por vários dias até que toda a solução desapareça e observe o que resta.

Por que apareceram cristais numa solução de NaCl e H2O, onde anteriormente não havia nenhum cristal?
R.: Porque no processo lento de resfriamento da solução ela se torna supersaturada à temperatura ambiente, fazendo com que os íons de
Na e Cl, antes dissolvidos na solução, se liguem, através de ligações iônicas, precipitando a substância sólida NaCl que se organiza
tridimensionalmente como um cristal cúbico. O sal que usamos na cozinha é uma grande quantidade de cristais tão minúsculos que dificilmente vemos sua forma geométrica cúbica.
Até quando os cristais serão formados nessa solução?
R.: Teoricamente, até a solução deixar de ser supersaturada e passar a ser saturada, quando então os cristais não se formarão mais. No
entanto, como o sistema em solução está aberto, em contato com o ar, há também a evaporação lenta da água, tornando a solução continuamente supersaturada que, por sua vez, leva à precipitação, também contínua, de cristais ou o crescimento daqueles que já existiam até a evaporação total da água.
Por que no fundo do copo há cristais não perfeitos, que são aqueles em que nem todas as faces, arestas e vértices são bem formados?
R.: Porque o crescimento do cristal é limitado pelas bordas e fundo do copo, já que dois corpos não ocupam a mesma posição no espaço,
fazendo com que alguns não tenham a forma cúbica, mas sim a forma do copo. Cristais crescendo próximos uns aos outros também interferem nas formas finais desses cristais.
Ao separar um cristal e mergulhá-lo novamente na solução, percebe-se que com o tempo ele cresce. Como se explica esse fenômeno?
R.: Ele cresce porque ele próprio é uma superfície para precipitação de mais NaCl, sendo que este último se une ao primeiro cristal obedecendo sua estrutura cristalina anterior. Por estar limitado apenas por líquido, ele tende a crescer por igual tridimensionalmente.
Às vezes ele cresce como um cristal único, às vezes como um aglomerado de cristais. Como você explicaria essa diferença?
R.: Ao separar um cristal com a pinça é possível separar de fato um único cristal, para separar mais de um cristal, é necessário o crescimento de dois ou mais cristais aglomerados. Pode ainda acontecer de crescer um (uns) cristal (ais) sobre outro (os), resultando nos aglomerados.
Esse experimento tem alguma relação com a formação de minerais? Por quê?
R.: Sim, porque é a simulação do que acontece na formação de minerais resultantes da precipitação química em ambientes aquosos ou mesmo no magma. Também simula as diferenças de formas geométricas dos minerais, relacionadas ao tempo de formação e espaço para os minerais. Ou seja, quanto mais lento o tempo de formação (no caso, resfriamento lento da solução) e mais espaço para crescerem, maior probabilidade de cristais geometricamente perfeitos.

Você sabia?
Os bens minerais têm uma importância significativa para a sociedade, a tal ponto que as fases de evolução da humanidade são divididas em função dos tipos de minerais utilizados: idades da pedra, do bronze, do ferro, etc. O caráter pioneiro da mineração resultou em novas fronteiras econômicas geográficas, abrindo espaço para o desenvolvimento e gerando oportunidades econômicas ao longo da história da humanidade
Instituto de Geociências da USP
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Atividade: crescimento de cristais
Crescimento de cristais
Acompanhe o processo de cristalização e crescimento de cristais a partir de um experimento caseiro
por Christine Laure Marie Bourotte
Assunto
Mineralogia
Idade recomendada
Qualquer idade
Dificuldade
Moderado
Custo
Gratuito
O relevo observado na superficie do terreno, por todo o Estado de São Paulo, reflete o substrato geológico diferenciado pois os tipos de rochas e suas estruturas, ao evidenciarem suas propriedades de maior ou menor susceptibilidade ao intemperismo e à erosão, determinam as formas esculpidas, com maior ou menor suavidade do relevo, presença de desniveis mais ou menos acentuados, diferenciação das cores dos solos, da geometria dos cursos d’água e sua declividade etc. Portanto, no Estado de São Paulo, encontramos rochas igneas e metamorficas (as rochas cristalinas) e rochas sedimentares.
- reconhecer no mapa geológico e geomorfológico do Estado de São Paulo as principais ocorrências de rochas igneas, metamórficas e sedimentares.
- relacionar a ocorrência das rochas do Estado de São Paulo com o relevo.
- Mapa
- Amostras de rochas ígneas, metamórficas e sedimentares
⬢ 1. no mapa geológico/geomorfológico do Estado de São Paulo, localizar a ocorrência de rochas igneas, metamórficas e sedimentares.
⬢ 2. distribuir as amostras de rochas sobre o mapa
⬢ 3. pesquisar imagens e fotografias das principais unidades do mapa e posiciona-las no mapa
⬢ 4. discutir as formas do relevo em relação a resitência das rochas

De leste para oeste, as principais unidades do relevo são:
PROVINCIA COSTEIRA – Sobre rochas metamórficas e igneas do embasamento cristalino; inclui as baixadas litorâneas, relativamente estreitas e recobertas por sedimentos recentes, a Serra do Mar e os morros da costa e do Vale do Ribeira;
PLANALTO ATLÂNTICO – Abrange a faixa mais elevada de rochas cristalinas desde a região sul do Estado até a divisa com o Estado de Minas Gerais, já na Serra da Mantiqueira;
DEPRESSÃO PERIFÉRICA – Compreende a região em que afloram as camadas de rochas sedimentares mais antigas da Bacia do Paraná, que se estende desde o Planalto Atlántico em direção ao oeste paulista; è topograficamente rebaixada em relação ao Planalto Atlântico, pois suas rochas são menos resistentes ao intemperismo e erosão; também são menos resistentes que o pacote vulcanossedimentar que constitui a parte mesozoica da Bacia, pois, ai, os basaltos conferem maior resistência ao conjunto, formando a unidade seguinte, a oeste;
CUESTAS BASALTICAS – São Formadas pelos remanescentes erosivos das camadas de rochas vulcânicas basálticas da Bacia do Paraná, na faixa que vai desde Ituverava e Franca a nordeste, até Botucatu e Avaré a sudoeste, observam-se ai alguns desniveis relativamente acentuados, de 100 a quase 300 metros de altitude em poucos quilómetros; localmente, há barrancos e cortes quase verticais, com frequentes formações de cachoeiras e corredeiras;
PLANALTO OCIDENTAL – Constitui grande parte do território oeste paulista, com relevo predominante de planalto, poucos acidentes geográficos e frequentes exposições das rochas sedimentares representantes da etapa final de sedimentação da Bacia do Paraná;

Créditos
Christine Bourotte
Christine é professora do Instituto de Geociências da USP. Ela atua nas áreas de ensino e divulgação das Geociências e Geodiversidade, e em Geoquímica Ambiental. Ela é graduada em Ciências da Terra pela Universidade de Aix-Marseille III (Droit, Economie et Sciences) (1995) na França, possui Mestrado em Geociências-Université d’Aix-Marseille III (Droit, Economie et Sciences) (1996) – França e Doutorado em Geociências (Geoquímica e Geotectônica) pela Universidade de São Paulo e Université de Toulon et du Var – França (co-tutela) (2002).
Colaboração
Maria Cristina Motta de Toledo
Wânia Duleba
Larissa Gracielle Dellisa Campos
Gabriela Tieme Aramaqui
Patricia Junia Viana
Carolina Harumi Takayama
Instituto de Geociências da USP
Rua do Lago, 562
Cidade Universitária São Paulo, Brasil
- +55 (11) 26480018
- geohereditas@gmail.com
Atividade: as rochas do Estado de São Paulo
Assunto
Geologia do estado de São Paulo
Idade recomendada
Qualquer idade
Dificuldade
Moderado
Custo
Gratuito
O relevo observado na superficie do terreno, por todo o Estado de São Paulo, reflete o substrato geológico diferenciado pois os tipos de rochas e suas estruturas, ao evidenciarem suas propriedades de maior ou menor susceptibilidade ao intemperismo e à erosão, determinam as formas esculpidas, com maior ou menor suavidade do relevo, presença de desniveis mais ou menos acentuados, diferenciação das cores dos solos, da geometria dos cursos d’água e sua declividade etc. Portanto, no Estado de São Paulo, encontramos rochas igneas e metamorficas (as rochas cristalinas) e rochas sedimentares.
Objetivo
- reconhecer no mapa geológico e geomorfológico do Estado de São Paulo as principais ocorrências de rochas igneas, metamórficas e sedimentares.
- relacionar a ocorrência das rochas do Estado de São Paulo com o relevo.
Lista de materiais
- Mapa
- Amostras de rochas ígneas, metamórficas e sedimentares
Instruções
⬢ 1. no mapa geológico/geomorfológico do Estado de São Paulo, localizar a ocorrência de rochas igneas, metamórficas e sedimentares.
⬢ 2. distribuir as amostras de rochas sobre o mapa
⬢ 3. pesquisar imagens e fotografias das principais unidades do mapa e posiciona-las no mapa
⬢ 4. discutir as formas do relevo em relação a resitência das rochas

De leste para oeste, as principais unidades do relevo são:
PROVINCIA COSTEIRA – Sobre rochas metamórficas e igneas do embasamento cristalino; inclui as baixadas litorâneas, relativamente estreitas e recobertas por sedimentos recentes, a Serra do Mar e os morros da costa e do Vale do Ribeira;
PLANALTO ATLÂNTICO – Abrange a faixa mais elevada de rochas cristalinas desde a região sul do Estado até a divisa com o Estado de Minas Gerais, já na Serra da Mantiqueira;
DEPRESSÃO PERIFÉRICA – Compreende a região em que afloram as camadas de rochas sedimentares mais antigas da Bacia do Paraná, que se estende desde o Planalto Atlántico em direção ao oeste paulista; è topograficamente rebaixada em relação ao Planalto Atlântico, pois suas rochas são menos resistentes ao intemperismo e erosão; também são menos resistentes que o pacote vulcanossedimentar que constitui a parte mesozoica da Bacia, pois, ai, os basaltos conferem maior resistência ao conjunto, formando a unidade seguinte, a oeste;
CUESTAS BASALTICAS – São Formadas pelos remanescentes erosivos das camadas de rochas vulcânicas basálticas da Bacia do Paraná, na faixa que vai desde Ituverava e Franca a nordeste, até Botucatu e Avaré a sudoeste, observam-se ai alguns desniveis relativamente acentuados, de 100 a quase 300 metros de altitude em poucos quilómetros; localmente, há barrancos e cortes quase verticais, com frequentes formações de cachoeiras e corredeiras;
PLANALTO OCIDENTAL – Constitui grande parte do território oeste paulista, com relevo predominante de planalto, poucos acidentes geográficos e frequentes exposições das rochas sedimentares representantes da etapa final de sedimentação da Bacia do Paraná;
Atividade: quais são os seres vivos que compõem a areia da praia?

Quais são os seres vivos que compõem as areias das praias?
Atividade para conhecer um pouco sobre os organismos marinhos presentes nas areias das praias.
por Christine Laure Marie Bourotte
Assunto
Composição das areias de praias
Idade recomendada
Qualquer idade
Tempo de montagem
30 minutos
Dificuldade
Moderado
Custo
Gratuito
Muita gente nem imagina, mas nas praias arenosas vivem escondidas várias espécies de organismos marinhos. Eles podem viver na superficie ou enterrados no sedimento, isto é, entre os espaços intersticiais dos grãos. Quando morrem, suas partes duras tornam-se partículas sedimentares, que podem ser transportadas ou não de seu local de origem, tornando-se, portanto, importantes constituintes das areias.
Reconhecer os constituintes biogênicos da areia, discriminando se são fragmentos ou organismos inteiros, se são vegetais, protozoários ou animais. Inferir a energia de fundo da praia (alta, moderada ou fraca), a partir do grau de fragmentação dos organismos.
- areia seca (secar a areina na estufa ou no forno a temperatura baixa)
- lupa e/ou microscópio
- pincel fino ou palito de dente
- bandeja de fundo escuro
- fotografias
⬢ 1. Despejar uma pequena porção de areia em uma bandeja, triando e separando os organismos biogênicos dos demais constituintes minerais.
⬢ 2. Classificá-los a que grupo taxonômico pertencem. Utilizar as imagens junto com a atividade.
⬢ 3. Dentre os organismos triados, identificar se são fragmentos ou organismos inteiros.
Realizar o experimento com diferentes tipos de areias de praia e correlacioná-las com a energia de fundo da mesma. Por exemplo, praias com ondas muito fortes apresentam areias grossas e muitos fragmentos de conchas. Estes fragmentos já foram conchas inteiras de alguma região marinha ou mesmo estuarina mais profunda, que depois de mortas, foram transportadas para a praia. Durante este processo sofreram abrasão e fragmentação. Já em praias muito calmas, é possível observar as duas conchas de bivalves unidas, gastrópodes inteiros, foraminíferos sem marcas de abrasão.

Foraminíferos – protozoários marinhos, estuarinos que constroem tecas calcárias, orgânicas ou aglutinadas com partículas sedimentares do meio (i.e., grãos de quartzo, mica, espiculas de esponja). Seu tamanho varia de 0,02 a 110 mm. Podem viver dentro do sedimento (infauna) ou fora (epifauna), aderidos aos grãos ou ser de vida livre.

Corais – são animais cnidários da classe Anthozoa, que segregam exoesqueleto calcário ou de matéria orgânica. Os individuos adultos são pólipos individuais ou coloniais e encontram-se em todos os occanos. Os corais podem formar extensos recifes, restritos, contudo, a regiões marinhas tropicais, com águas limpidas e sem aporte de água doce

Bivalves – são moluscos constituídos por duas valvas calcárias que protegem as partes moles. As valvas articulam-se numa charneira que possui, geralmente, dentes, que se fecham devido à ação de dois músculos. São geralmente centimétricos. São animais majoritariamente marinhos. bentônicos, infaunais ou epifaunais, alimentando-se por filtragem (filtram a água que passa através do sifão).

Gastrópodes – são moluscos protegidos por uma concha calcária, com formato helicoidal sobre o lado direito. Há também formas, como as lapas, que são constituida por apenas uma concha mais simples. Apresentam uma enorme variedade de cores e podem ser milimétricos a centimétricos. Podem ser da infauna da epifauna, marinhos, estuarinos, de água doce ou terrestres. É o grupo mais diversificado dos Molusca.

Briozoários – são invertebrados sésseis coloniais, em sua grande maioria marinhos. As colônias apresentam formas muito variadas, desde estruturas delicadas e filamentosas até estruturas muito calcificadas e massivas. Os briozoários necessitam de um substrato de fixação que pode variar desde grãos de quartzo, fragmentos de rocha, conchas ou carapaças de outros organismos. Podem ser milimétricos a centimétricos.

Ouriços do mar – organismos pertencentes ao filo Echinodermata, que possuem corpo globoso ou em forma de disco, dotados de endoesqueleto rigido, espinhos móveis. Algumas espécies apresentam aparelho mastigador interno (lanterna de Aristóteles), que auxilia na alimentação. Seus espinhos e espiculas são muito comuns nas areias das praias.
Os possiveis grupos taxonomicos que você pode encontrar nas areias das praias podem ser:
■ Fragmentos vegetais – sementes, pedaços de folhas, caules;
■ Algas – algas calcárias, diatomáceas;
■ Protozoários – foraminiferos;
■ Cnidários – fragmentos de corais;
■ Moluscos gastrópodes ou bivalves, inteiros ou fragmentos;
■ Poliquetas – tubos;
■ Crustáceos – quelas ou outros apêndices quitinosos;
■ Insetos – casa (casulo), mudas ou fragmentos do corpo;
■ Briozoários
■ Equinodermas – espiculas ou outros fragmentos do corpo de ouriços, estrelas, bolachas da praia.
Atenção: Existem também seres vivos que habitam a areia no fundo do rio e de lago, mas os constituintes das areias de regiões marinhas e estuarinas são dilerentes dos de areias de rios e lagos. Nestes ambientes, a quantidade de larvas, insetos e fragmentos de vegetais vasculares é muito maior.

Créditos
Christine Bourotte
Christine é professora do Instituto de Geociências da USP. Ela atua nas áreas de ensino e divulgação das Geociências e Geodiversidade, e em Geoquímica Ambiental. Ela é graduada em Ciências da Terra pela Universidade de Aix-Marseille III (Droit, Economie et Sciences) (1995) na França, possui Mestrado em Geociências-Université d’Aix-Marseille III (Droit, Economie et Sciences) (1996) – França e Doutorado em Geociências (Geoquímica e Geotectônica) pela Universidade de São Paulo e Université de Toulon et du Var – França (co-tutela) (2002).
Colaboração
Maria Cristina Motta de Toledo
Wânia Duleba
Larissa Gracielle Dellisa Campos
Gabriela Tieme Aramaqui
Patricia Junia Viana
Carolina Harumi Takayama
Seminário Patrimônio Geológico Cárstico e Espeleológico
Seminário Patrimônio Geológico Cárstico e Espeleológico
Entre os dias 16 e 20 de agosto, o Serviço Geológico do Brasil – SGB/CPRM, a partir de uma iniciativa vinculada ao Inventário do Patrimônio Geológico do Brasil, realizará o Seminário Patrimônio Geológico Cárstico e Espeleológico, no formato digital com transmissão simultânea pelo Canal do YouTube da Sociedade Brasileira de Espeleologia que tem a missão depara compartilhar conhecimentos, experiências de trabalho e refletir conceitos, técnicas e legislação envolvendo as temáticas do Patrimônio Geológico e o Patrimônio Espeleológico. Nesse sentido, o evento vai debater elementos do patrimônio espeleológico notáveis sob o ponto de vista geológico, ou, sítios que sejam representativos ou expressões (resultados) de eventos, processos, circunstâncias ou fenômenos alusivos à história evolutiva da Terra em contextos geográficos e temporais específicos (carstes e carstificação), também podem ser considerados elementos do patrimônio geológico.
O inventário do patrimônio geológico, assim como a classificação da relevância das cavidades naturais subterrâneas, buscam discriminar locais que precisam ser conservados em vista da sua importância, interesses e significados diversos, sejam científicos, educativos/didáticos, turísticos ou culturais. Neste âmbito, a pesquisadora e coordenadora do NAP GeoHereditas, Maria da Glória Motta Garcia, abordará as etapas do trabalho de pesquisa, realização de inventário e elaboração do mapa do patrimônio geológico do Estado de São Paulo.
Mas, até que ponto há convergência teórico-metodológica entre ambos? Há lacunas a preencher e medidas operacionais ou legais a ajustar para a sinergia dos estudos e inventários? Estas reflexões, entre outras questões pertinentes, serão ponto de partida para a definição de diretrizes e procedimentos para a composição da Lista Indicativa do Patrimônio Geológico do Brasil com os Geossítios ou Lugares de Interesse Geológico (LIGs) de natureza cárstica e espeleológica.
O evento está organizado em cinco blocos de conteúdo:
– O primeiro bloco destina-se a uma revisão conceitual (“patrimônios” geológico e espeleológico – pontos convergentes, divergentes, requisitos legais, lacunas….), partindo de exemplos concretos de inventários de patrimônio geológico, em que pesem diferentes temáticas e métodos aplicados, apurando-se paralelos com as definições formais/legais de enquadramento do grau da relevância das cavernas;
– O segundo bloco será um exercício inicial para discriminar contextos cársticos e espeleológicos de especial interesse, não apenas pela distinção litológica ou morfológica, mas por somatório de outros fatores que dão causa à diversidade de ambientes cársticos existentes no país, ou, a geodiversidade cárstica do Brasil. O inventário dos elementos (cavernas, sistemas espeleológicos, feições cársticas, arranjos ambientais….) mais representativos de cada contexto é essencial para retratar essa importante geodiversidade;
– O terceiro bloco está voltado à identificação de critérios de seleção dos elementos mais notáveis nos diferentes contextos cársticos, em função de valores geológicos específicos e outros interesses associados – os Geossítios Cársticos e Espeleológicos;
– O quarto bloco tratará da principal ferramenta usada no inventário do patrimônio geológico em nível nacional – a plataforma GEOSSIT (www.cprm.gov.br/geossit), enfocando os aspectos qualitativos (descritivos) e quantitativos (valores de importância, potencial uso e risco de degradação) dos sítios cadastrados, as lacunas de conteúdo e método, abrindo-se expectativas para o aprimoramento do sistema, considerando as particularidades do patrimônio espeleológico;
– O quinto bloco prevê as sínteses e encaminhamentos práticos visando a identificação dos Geossítios Cársticos e Espeleológicos que deverão integrar a Lista Indicativa do Patrimônio Geológico do Brasil, envolvendo discussão acerca de um marco regulatório para o tema no país.
Participe! Inscreva-se no Seminário. O evento conta ainda com a parceria da Sociedade Brasileira de Espeleologia – SBE, do Centro de Pesquisa e Conservação de Cavernas – ICMBio/CECAV, da Pontifícia Universidade Católica – PUC-Minas e da Universidade Federal de Minas Gerais – IGC/UFMG.
Fonte: Site oficial de divulgação do evento.
Curso para monitores ambientais
Cursos para monitores ambientais
Você sabe o que é uma área protegida? Sabe qual a sua importância? Estas áreas constituem instrumentos legais para conservar locais em que a natureza e os ecossistemas estão minimamente preservados. Elas têm um papel muito importante no bem estar e na qualidade de vida, com base na contemplação da natureza e da conexão com o meio natural. A gestão adequada destas áreas tem influência na provisão de água para uma grande parcela da população e como aliada na mitigação de problemas ambientais, tais como mudanças climáticas e desastres naturais.
No Brasil, as áreas protegidas são regidas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC, Lei 9.985/2000). As Unidades de Conservação (UCs) são divididas em dois tipos. As UCs de Proteção Integral e as de Uso Sustentável (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9985.htm). Existem unidades de conservação federais, estaduais e municipais.
A primeira área protegida do Brasil, o Parque Nacional de Itatiaia (PNI), foi criada em 1937. A área do PNI caracteriza-se por feições geomorfológicas exuberantes, esculpidas sobre rochas alcalinas de cerca de 70 milhões de anos, como o Maciço das Agulhas Negras. Entretanto, ele não é o único. Várias outras UCs no Brasil têm, dentre suas principais marcas, feições geológicas significativas, como o Parque Nacional do Iguaçu, cujo principal atrativo são cataratas formadas sobre rochas vulcânicas originadas a partir da fragmentação do Supercontinente Gondwana, ou o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, marcado pela presença de dunas e lagoas interdunares formadas por processos de sedimentação ativos.
Estes são apenas alguns exemplos de atrativos naturais relacionados ao meio físico nas diversas UCs brasileiras. Mesmo assim, a geodiversidade e o patrimônio geológico têm sido pouco utilizados nas atividades de educação e turismo. Foi isso que foi verificado durante alguns trabalhos de campo do GeoHereditas no Parque Estadual da Serra do Mar (PESM) e no Parque Estadual de Ilhabela (PEIb).
Ao percorrer as trilhas do parque com os monitores ambientais, percebeu-se que havia muitas informações sobre fauna, flora ou outro aspecto, mas praticamente nada sobre geodiversidade. Daí surgiu a motivação para a realização dos cursos para monitores ambientais, porque eles são poderosos instrumentos transmissores de conhecimento para os visitantes.

Desde 2011, foram realizados cinco cursos, no Parque Estadual da Serra do Mar (Núcleos São Sebastião, Caraguatatuba, Picinguaba e Padre Dória) e no Parque Estadual de Ilhabela. Dentre as atividades nos cursos, estão as apresentações de temas em Geociências, as práticas e as saídas de campo.




Confira o trabalho de geoconservação e promoção de cursos para monitores ambientais realizados pela equipe do GeoHereditas em áreas protegidas do Litoral Norte de São Paulo, acessando este artigo.
Confira a programação!
VI Workshop GeoHereditas
Entre os dias 24 e 26 de março de 2021, o NAP GeoHereditas, em parceria com a Comissão de Cultura e Extensão do Instituto de Geociências da USP, realizará o VI Workshop GeoHereditas: Geoconservação no contexto socioambiental – respeitar a diversidade, ampliar a equidade e promover a inclusão. O evento científico integra a programação de atividades em comemoração aos 10 anos do Núcleo e será totalmente online, contando com palestras e apresentações de pesquisas nas áreas de geoconservação, geoturismo, geoeducação e inclusão socioambiental. Participe do evento, preenchendo o formulário online abaixo até o dia 23 de março. Atenção, o prazo para a submissão de resumos foi encerrado no dia 15 de fevereiro!
Organização e programação de palestras
A programação terá a mesma dinâmica nos 3 dias de evento:
10h às 10h40 – palestra de abertura;
10h40 às 10h50 – abertura para perguntas;
10h50 às 12h40 – apresentação dos resumos selecionados;
12h40 às 13h00 – novo ciclo de perguntas e discussão final do tema.
Confira o cronograma completo das apresentações, clicando no box abaixo:
Modelo de apresentação - encerrado o prazo para submissão de resumos
Cronograma
15/02: prazo final para o envio de resumos;
01/03: divulgação dos resumos aprovados;
23/03: encerramento das inscrições;
24/03: início do evento.
Evento
Qual é o papel da geoconservação na busca de soluções para questões envolvendo diversidade, equidade e inclusão? O VI Workshop GeoHereditas vem tratar estes temas, de forma a promover a ampliação das discussões acerca destes eixos, que envolvem assuntos tão atuais da nossa sociedade. O evento busca incitar reflexões no que se refere a considerar a diversidade de locais, culturas, populações, políticas e gestão das áreas protegidas, as iniquidades geradas por políticas e uso e ocupação das áreas, as questões econômicas e características locais, bem como a promoção do acesso pelas mais diversas populações, incluindo adequação dos equipamentos e infraestrutura de acesso, ampliação da comunicação e promoção da participação social.
A Geoconservação é um ramo das Geociências que trata da identificação, conservação e promoção da geodiversidade e do patrimônio geológico e do seu uso sustentável por meio da educação e do geoturismo. Como principais características da Geoconservação, estão a interdisciplinaridade e a interface com outras áreas do conhecimento para além das Geociências. O levantamento de dados nas áreas de estudo a partir dos inventários do patrimônio geológico, a abordagem de estratégias de turismo e de educação para promover renda e envolver as comunidades do entorno das áreas dos geoparques e as estratégias de proteção dos geossítios são algumas das pesquisas mais presentes. Sobretudo, a Geoconservação possui um forte componente social, na medida que lida diretamente com a relação entre o meio natural e a sociedade.
Para que possamos encontrar os caminhos de contribuição da geoconservação na redução das desigualdades sociais, da maior participação das comunidades na elaboração de estratégias de geoconservação e de uma gestão voltada à sustentabilidade socioambiental, o evento se propõe a buscar experiências e discussões focadas na relação da geoconservação com os seguintes temas:
- Redução de desigualdades sociais e econômicas
- Solução de conflitos socioambientais
- Povos tradicionais em áreas protegidas
- Geoconservação e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS)
- Geoturismo e inclusão social
Público-alvo
Pesquisadores, estudantes e interessados em Geoconservação e sua relação com os problemas socioambientais atuais.
Comissão organizadora
Maria da Glória Motta Garcia, Eliane Aparecida Del Lama, Denise de La Corte Bacci e Christine Laure Marie Bourotte, com apoio da Comissão de Cultura e Extensão do IGc-USP.
Publicação
Os resumos selecionados irão compor os anais do evento e ficarão hospedados no site https://www2.igc.usp.br/geohereditas/.
Contato
Para mais informações e esclarecimento de dúvidas, favor enviar email para geohereditas@gmail.com.
Coevolução Terra-Vida: uma contribuição do patrimônio natural brasileiro
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